DIA MUNDIAL DOS AVÓS E IDOSOS
28.07.2024
Há ainda pouco tempo, os familiares mais próximos de alguém que tinha falecido, choravam gritando muito alto. É legítimo ter pena e saudade de alguém a quem amamos sem cair em histerismos. É um sentimento de perda a respeitar. Porém, perante tal gritaria, ouvi alguém a comentar: “Era melhor que o/a tivessem tratado bem durante a vida, que era tão boa pessoa”. Fiquei a pensar em tantos idosos que não são devidamente acolhidos, cuidados e amados durante os anos da velhice. E, por vezes, depressa esquecidos depois da morte.
Nas minhas visitas a idosos, em casa e em lares ou instituições de acolhimento, quantas queixas ouço acerca dos seus familiares, filhos e netos, que praticamente os esquecem e abandonam, sentindo-se entregues às suas poucas forças. Mesmo vivendo lado a lado com outras pessoas, sentem a dor da solidão. Felizmente, também conheço casos de muitos outros idosos a quem não falta o amor, o carinho e o cuidado dedicado dos seus.
“Na velhice, não me abandones” (cf. Salmo 71, 9). É este o tema de reflexão proposto pelo Papa Francisco para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, a celebrar no IV Domingo de Julho, dia 28, o mais próximo da Festa de S. Joaquim e Santa Ana (26 de julho), segundo a Tradição Cristã, pais da Virgem Maria e avós de Jesus.
Na sua Mensagem, o Papa alerta-nos e denuncia a solidão e o abandono dos avós e idosos, sem visitas dos seus familiares e de outras pessoas.
E concede uma indulgência plenária aos avós, idosos, a quem “visitar real ou virtualmente os irmãos idosos necessitados ou em dificuldade (doentes, sós ou com deficiência)”. Esta indulgência consiste na “remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada”, mediante certas condições: confissão sacramental, comunhão eucarística, oração pelas intenções do Santo Padre.
Sentindo-me muito próximo e presente junto dos meus irmãos idosos, sós e doentes, com um lugar imprescindível no seio da família e da sua própria comunidade, a todos saúdo afetuosamente, com votos de “Paz e Bem”; e para todos imploro as bênçãos do nosso bom Deus, Que nunca nos abandona.
P. José Guerra Banha