Casa da comunidade

A igreja - casa da comunidade cristã

 

A primeira comunidade cristã não deu grande importância ao lugar onde se reunia. Assim, demarcava-se da mentalidade pagã e mesmo judaica. Os cristãos possuíam a convicção de que “o Altíssimo não habitava em casas feitas pela mão do homem” (Act.  7,48) e que o verdadeiro Templo onde Deus habita é o Senhor Ressuscitado (Jo.2,19; Col.2,9) e a comunidade edificada nEle, quais “pedras vivas (Ef.2,19-22; 1 Pe. 2,4-5). Onde quer que esteja, esta comunidade, unida a Cristo, pode orar “em espírito e verdade”. Tal modo de conceber e de proceder sublinha a primazia da comunidade crente sobre o edifício.

No entanto, desde o princípio, os cristãos procuraram um lugar adequado para as suas reuniões e celebrações. Só após a liberdade dada à Igreja (séc. IV).

É que não é indiferente reunir num estádio, num ginásio, numa sala de aulas, num auditório, numa garagem. Não só do ponto de vista funcional, mas sobretudo simbólico.

Sobre as igrejas, a Instrução Geral do Missal Romano diz: “na sua disposição geral, (devem), de algum modo, reproduzir a imagem da assembleia congregada …” (cfr. n.º 257); além disso,” devem ser dignas e belas, como sinais e símbolos das realidades celestes” (cfr. n.º 253). Ou como diz o Ritual da Dedicação: o edifício de pedras “será sinal visível daquela Igreja viva ou casa de Deus, que eles (os fiéis) próprios constituem (Cap. I, n.º 1).

Deve atender-se também à sua funcionalidade, que não pode deixar de ser simbólica. Isto supõe uma atenção particular ao espaço, à luz, à acústica, à proximidade e visibilidade. Dever-se-á ter em conta a centralidade do altar, da cadeira do presidente e do ambão; a possibilidade de movimentos, sobretudo processionais; o lugar dos diversos ministros e do Coro; os espaços para a reserva eucarística, a oração pessoal e celebrações de pequenos grupos; a celebração do batismo e da reconciliação.

Em tudo deve procurar-se a nobre simplicidade, própria da verdadeira arte, e evitar-se toda a ostentação e sumptuosidade.

A igreja há-de, pois aparecer como sinal para os crentes, pela sua força convocadora, como polo de referência da sua fé e pertença a uma comunidade, como lugar de crescimento espiritual e de missão apostólica. Mas, para todos, mesmo não crentes, não deixará de ser, mediante a linguagem universal da arte, um sinal de esperança, pelos valores que Cristo oferece a todos os homens.