Aos colaboradores paroquiais

AOS COLABORADORES PAROQUIAIS

Caros Amigos:

      “Faz-te ao largo”!

Foi esta a ordem dada por Jesus a Simão Pedro, depois de ter entrado na sua barca e ter falado à multidão, nas margens do mar da Galileia (Lc. 5,4). E Pedro, apesar do fracasso e da desilusão de ter trabalhado durante toda aquela noite sem ter conseguido nada, obedeceu: “porque Tu o dizes, lançarei as redes” (Lc. 5,5).

Este foi também o convite que o Papa João Paulo II fez a toda a Igreja no início deste século e deste novo milénio: “Duc in altum”! – “Faz-te ao lago”! (Carta Apostólica “Novo Millennio Ineunte”, “À entrada do novo milénio”, 06/01/2001). É um apelo a pôrmo-nos a caminho e a comprometermo-nos todos na missão da Igreja com “o mesmo entusiasmo dos cristãos da primeira hora” (n.º 58).

Este é, pois, o apelo que eu sinto que é dirigido também a mim próprio e que eu desejo fazer igualmente a todos os paroquianos, em especial aos mais próximos e directos colaboradores paroquiais, no início deste novo ano pastoral: um apelo a trabalharmos a sério, de alma e coração, apesar dos aparentes fracassos, desilusões, incompreensões e dificuldades, na animação e no crescimento da nossa comunidade paroquial, através do serviço da catequese ou da formação cristã, da liturgia ou do culto, do apoio fraterno aos mais pobres, doentes e idosos , da administração dos bens, do arranjo e limpeza da igreja, do jornal paroquial…

Para isso, é preciso que cada um(a) esteja disposto(a), desde já, a “embarcar”, de novo ou pela primeira vez, e a fazer viagem (caminho) em conjunto com os outros, do mesmo ou de outros grupos ou serviços e com o Pároco, tendo em conta a recomendação do Apóstolo S. Pedro: “Cada um de vós ponha ao serviço dos outros os dons que recebeu” (1Ped. 4,10). E não há ninguém que possa escusar-se, mesmo aqueles que se julgam mais incapacitados: “os membros do corpo que parecem mais fracos é que são necessários” (1Cor. 12, 22).

Assim, estou certo de que ninguém vai querer ficar parado, ali à margem, a ver passar a torrente. “Não   é lícito a ninguém ficar inactivo” (João Paulo II, Exort. Apost. Sobre os Fiéis Leigos, n.º 3).

Aos jovens, meus amigos, lembro esta palavra do Papa Francisco: “É feio ver um jovem estático, que vive, mas vive como um vegetal. Dá-me muita tristeza no coração ver jovens que vão para a reforma aos 20 anos! Sim, envelheceram cedo… Viver e não ir vivendo”.

Conto convosco! Com todos vós.

Plano Pastoral

Ao longo deste ano de 2019 – 2020, tal como foi proposto em reunião conjunta e informado no último Boletim Paroquial (n.º 153, Julho-setembro 2019), iremos deixar-nos conduzir pelo lema: “Ser discípulos acompanhantes e acompanhados”, privilegiando uma “Pastoral de acompanhamento”. Trata-se de nos fazermos muito próximos uns dos outros, de nos escutarmos e apoiarmos uns aos outros, numa relação de confiança mútua, de verdadeira amizade e entreajuda fraterna.

Para isso, precisamos de nos encontrar para dialogar, partilhar ideias e sugestões, refletir, rezar, celebrar, conviver. Quando queremos mesmo qualquer coisa, conseguimos. É importante que cada um(a) se torne presente e dê a sua melhor colaboração. Mas sempre em espírito de unidade e de comunhão uns com os outros. E, tanto quanto possível, de forma organizada e coordenada. Neste sentido, estamos a revitalizar o Conselho Paroquial de Pastoral, que integra o(a) coordenador(a) ou representante de cada grupo paroquial.

Precisamos de mais pessoas, nomeadamente jovens, capazes de se comprometer com as necessidades da Paróquia: no acompanhamento dos grupos de catequese, dos jovens, do serviço aos mais pobres e doentes, do canto, da Liturgia, da animação cultural e recreativa, do arranjo e limpeza da igreja. A todos nós compete fazer chegar este apelo-convite a outros possíveis colaboradores.

Primado da graça           

 Este programa ou preocupação pastoral para a nossa Paróquia, em 2019-2020, é o barco em que somos convidados a “embarcar”, sem ter de partir para longe. Simão Pedro começou por embarcar sem sair do barco, apenas deixando que Jesus, o Mestre, entrasse nele para dali falar à multidão. Só depois foi convidado a abandonar esse barco e a fazer-se a outro mar.

Nesta viagem ou caminhada, que nos propomos fazer, conjuntamente, lado a lado, ao longo deste ano pastoral, não podemos esquecer-nos de que o Senhor Ressuscitado está e vai connosco no mesmo barco, animando-nos com o Seu Espírito. Sem Ele nunca chegaríamos a bom porto.

Precisamos, pois, de reconhecer o “primado da graça” e da acção de Deus na nossa acção pastoral., pois como lembra o Papa, “quando não se respeita este primado, não há que admirar-se se os projectos pastorais acabam por falhar…” (NMI, n.º 38). E diz que “é a oração que nos faz viver nesta verdade… recordando-nos constantemente… o primado da vida interior e da santidade” (n.º 38). Assim o entendia o Salmista quando rezava: “Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus! / Confirmai em nosso favor a obra das nossas mãos, / Confirmai a obra das nossas mãos” (Salmo 89).

Daí a necessidade de valorizarmos ainda mais os momentos de oração e de escuta da Palavra de Deus, quer pessoal quer em todos os nossos encontros.

“Sigamos em frente, com esperança!”

            É ainda o Santo Padre quem nos exorta (NMI, n.º 58). As dificuldades com que deparamos, a todo o momento, não faltam. Foi o que aconteceu com o processo de construção da igreja, e ao longo destes anos de vida da Paróquia. É o que acontece, certamente, no trabalho que cada um realiza com o melhor de si mesmo e que, quantas vezes, o farão desanimar, se não mesmo sentir vontade de desistir. Porém, “a eficácia das boas obras está na perseverança… Os desejos que esfriam com a dilação (demora) não são desejos autênticos…” (Papa S. Gregório Magno, séc. VI).

Pelo vosso testemunho de dedicação perseverante ao longo de anos seguidos e pelo apoio leal e encorajamento que também vós me tendes dado, aceitai o preito do meu reconhecimento e da minha admiração.

Com muita estima e amizade,

O Pároco